
A navegabilidade da Ria de Aveiro está cada vez mais limitada, ameaçando a atividade piscatória e o turismo náutico.
A solução passaria por avançar rapidamente com trabalhos de desassoreamento. No entanto, a intervenção incluida no pacote de
investimentos do Polis Ria de Aveiro marca passo.
Isto porque são necessários mais estudos de impacte ambiental. Isso mesmo adiantou o presidente da Comunidade Intermunicipal da
Região de Aveiro (CIRA) Ribau Esteves. Mas os cortes orçamentais também pode explicar mais um compasso de espera numa altura de
transição de fundos comunitários.
O anúncio caiu mal entre pescadores artesanais e amantes da náutica de recreio. A obra vai continuar no papel. O problema deu azo
a queixas repetidas sem conta nos últimos anos.
Remonta a 1996 a última grande dragagem, que abrangeu, sobretudo, o troço da Torreira ao Carregal.
Os homens da Ria admitem que a retirada das areias dos fundos para abrir canais de navegação têm de ser acauteladas para não
destruir recursos ou alterar o sensível ecossistema lagunar ao remexer, por exemplo, metais pesados de despejos industriais de
outros tempos. Mas lembram também a importância económica da pesca.
A náutica de recreio está igualmente muito reduzida atualmente. Lanchas e veleiros já não arriscam certos troços da Ria, mesmo
com maré alta.
O turismo náutico em torno das ilhas da Ria, um nicho que podia crescer muito e dinamizar a economia, fica, assim, de canais
adequados à navegação, sem perigo de ficar encalhado.